segunda-feira, março 31, 2014

Hoje não me apetecia nada sair da cama...

Tinha esta companhia...

Regresso ao passado

Este fim-de-semana tinha tudo para ser catastrófico mas acabou por correr bem. Ninguém se magoou, chegámos sãos e salvos tanto a Marco de Canaveses como depois a Lisboa.
No sábado à tarde, antes da festa da minha tia, ainda houve tempo para aquilo que o Henrique mais adora: explorar, andar pelos caminhos que eu percorri há 30 anos e deliciar-se com as descobertas e o suposto perigo da aventura.
Quando eu era miúda achava que o tempo passado dos meus pais era muito mas mesmo muito antigo. Quando eles me diziam "quando eu tinha a tua idade..." eu achava que aquilo era tão distante como o tempo dos reis e rainhas. Agora dou comigo a falar desse tempo passado com o meu filho, com a sensação de que foi ontem. "Ali havia cenouras e milho", "ali havia muitas vides, passávamos o tempo a roubar as uvas deste senhor que era mau como as cobras"...  Será que ele acha o mesmo do que eu digo? Que é um passado tão distante e tão sem referentes no presente dele?
Este é o sinal mais claro do envelhecimento. Pelo menos para mim.







sábado, março 29, 2014

Chegámos

Sãos e salvos em Marco de Canaveses. Sei que muitas vezes me pergunto para que servem os seguros automóveis. Bem, servem para isto. Para nos trazerem ao destino de taxi; para mandarem um reboque buscar o nosso carro e deixá-lo à porta não da oficina mais próxima mas de uma no local para onde íamos (não tivéssemos feito merda e posto gasolina num carro a gasóleo) que fica a 100km do local da avaria.
É meia-noite. Estou exausta. Vou, pela primeira vez, dormir com a Alice que está aqui ao meu lado a roncar.
Amanhã é torcer para não ser um arranjo muito caro. Da ultima vez que isto aconteceu (sim já tinha acontecido mais com o meu marido e há uns 8 anos) a brincadeira ficou por 150 euros mais o dinheiro da gasolina (uns 60).
Agora não há nada a fazer. O melhor é mesmo dormir, que amanhã é outro dia.

sexta-feira, março 28, 2014

Até onde vai a minha estupidez, ou será cansaço

São nove e meia da noite. Estou na estação de serviço da Antuã. Ia para Marco de Canaveses para as bodas de ouro da minha tia mas, estupidamente, abasteci a minha carrinha a gasóleo com gasolina... Eu, duas crianças e a minha mãe... O verdadeiro filme de horror. E eu que nem queria vir. Estava tão cansada que só me apetecia inventar uma desculpa para não fazer a viagem...
Agora é esperar pela Assistência, pelo taxi e rezar para que nada esteja irremediavelmente estragado.

quinta-feira, março 27, 2014

Este fim-de-semana há festa

Este fim-de-semana vou até Marco de Canaveses às bodas de ouro da minha tia Augusta. Vai ser a primeira vez que vou assistir a uma cerimónia deste tipo e já estou emocionada. Esta é a minha tia do coração, a que tinha sempre lugar à mesa para mim, a que sempre me encheu de beijos, a que me telefonava sempre de voz embargada quando eu estava doente, a que me beija e abraça forte de cada vez que me vê.
Quando eu era adolescente e tinha a mania das mini saias era a minha tia Gusta (é assim que a chamo) que mas fazia, apesar de não costurar para nenhuma das 4 filhas.
Por tudo isto, e porque o meu pai também tinha uma adoração por esta irmã, este sábado vou fazer 400km com as crianças para estarmos presentes nesta celebração. E sei que vou chorar.

Isto hoje promete

O Benfica perdeu. Estão 11 graus e tenho 120 páginas de um manuscrito de economia para ler... Isto hoje promete.

quarta-feira, março 26, 2014

Des-gosto

Não como em desgosto mas como em não gosto. O meu Benfica jogou mal e perdeu. Perdeu bem mas eu estou fula porque foi para o Porto. Foi entregar o ouro ao bandido!
Não dava para terem feito melhor, rapazes?

O jogo ainda não acabou

Mas estou irritada com o meu Benfica.

A minha avó Inês





Da minha avó paterna herdei o nome. Inês. Na altura foi um acontecimento. Pelo menos para o meu avô que era muito apaixonado pela sua mulher. Entristecia-o que, das muitas netas que já haviam nascido, nenhuma tivesse o nome da sua mulher. 
Sempre gostei muito dos meus avós paternos, era perto deles que passava férias.
Apesar de nunca ter visto a minha avó trabalhar na sua máquina de costura, sempre tive uma adoração pela sua Oliva.
Já adulta tive a coragem de lha pedir. Andava lá pela casa aos caídos, cheia de ferrugem...
«Avó, gostava tanto que me desse a sua máquina...» e ela assim o fez. Na altura senti que tinha ficado comovida com o meu pedido porque ninguém ligava à máquina.
Não que eu fosse, ou seja um ás da costura. Nada. Sou bem limitada. Mas quero aprender. Adorava fazer uma vestido para a Alice na máquina da sua bisavó... que ela não chegou a conhecer.
Durante a gravidez arranjei coragem para arranjar o móvel da máquina. Lixei-o todo, tirei-lhe toda a ferrugem, envernizei, pintei e o resultado nem ficou mau.
Depois a minha querida mãe encarregou-se do resto: mandou-a limpar e colocar um motor.
No fim-de-semana passado tentei ligá-la mas a coisa não correu bem. Senti o motor em esforço e um cheirete a queimado.
A sorte, no meio da desgraça, foi que tinha visto uma loja de máquinas de costura em Alvalade e imaginei que poderiam fazer reparações. Hoje fui buscá-la e já a experimentei. Está linda na minha sala. E é um pedacinho da minha avó, ali perto de nós.

Ele há dias assim

Estar com quem se gosta

São muitas as vezes em que dou comigo a pensar o que ando a fazer com a minha vida que não me deixa tmepo para nada. Ando sempre a correr de um lado para o outro, passo menos tempo do que gostava com os miúdos, quando estou com eles parece que estou em modo zombie, não tenho tempo para namorar, deixo sempre coisas por fazer no trabalho... enfim, há dias assim.
E depois há os outros, aqueles em que nos levantamos a sorrir porque sabemos que daí a pouco estaremos com alguém que nos faz bem. Alguém com quem podemos trocar um sorriso, a quem podemos fazer uma confidência... alguém com quem estamos completamente à vontade.
E esses dias valem por todos os outros.
Obrigada S.

Uma questão de peso

A Alice está assim para o gordito. Nada de preocupante, acho eu, mas a verdade é que tinha rebentado com o percentil do peso e na altura, apesar de grande, não estava proporcional ao peso.
Na passada sexta-feira fomos à pediatra: a uma semana dos 10 meses está com 73,5 cm (grandita mas nada de extraordinário) e 11,300kg, ou seja, a minha filha está um pequeno leitão... E pensar que ela é prematura deixa-me boquiaberta.
Pois que fiquei preocupada, claro que fiquei. Se ela já não comia papas, nem batata, se já fica a chorar de cada vez que acaba de comer porque acha que lhe estou a dar pouca comida... Caraças que isto de ser mãe que tira a comida da boca dos filhos é duro...
Conversei com a pediatra e não chegámos a bom Porto. Ela acha que a minha empregada anda a encher a Alice de bolachas à socapa. Eu acho que não, e tendo em conta o regime alimentar da pequena, suspeito que seja do leite. Como ela bolsava muito tive de lhe dar um leite AR que, basicamente, é um leite com espessante, um género de farinha que torna o leite mais grosso e mais pesado no estômago. Como me parece que a Alice deixou de bolsar (finalmente, praise the Lord) decidi mudar-lhe o leite. Está desde ontem a tomar o nan confort 2.
Vamos ver o que acontece no próximo mês.
Ele há pessoas que choram porque os filhos não comem... Deviam ver o meu leitãozinho a abrir a boca...
O irmão diz que ela é como um peixe, se a deixássemos, comeria até rebentar.
Pelo sim pelo não é melhor não experimentar.

terça-feira, março 25, 2014

Mudo ou não mudo

Já não é a primeira vez que penso em sair do blogspot. Gosto muito de aqui estar, mas às vezes irrita-me não ter quem me ajude a resolver pequenos ou grandes problemas. Tentei mudar par ao sapo em 2009, e acabei por desistir... agora ando a pensar novamente nisso, mas não me consigo decidir.
Opiniões, há???

segunda-feira, março 24, 2014

E os medicamentos, mãe?

Às vezes acho que não estou boa da mona. A sério. então passo parte da tarde com o miúdo no hospital, ele é medicado e logo ao segundo dia esqueço-me de lhe dar a medicação?
A sério, Inês? Mas o que é que se passa comigo? Lá tive de ir a correr para a escola com o Brufen dentro da mala.

domingo, março 23, 2014

Está tudo bem

Afinal a doutora devia morar nas avenidas novas, não demorou mais de meia-hora, lá fez a ecografia ao meu rapaz e não está nada comprometido ali nas partes baixas. Tem uma inflamação dos tecidos à volta dos testículos mas nada de muito grave (felizmente). Agora é fazer anti-inflamatório durante uns dias, pôr gelo e nada de desporto. Nem de sexo, digo eu!
Ainda deu para ver o jogo do glorioso e tudo.
Agora é só dormir e rezar para conseguir levar a noite toda... Sem acordar. Era tãoooooo bom...

Surpresa...

E qual é o melhor local para passar uma tarde de domingo?
As urgências da Estefânia, claro!
Aqui estamos nós, eu é o Henrique.
Já foi visto pela cirurgia. Precisa de uma ecografia. Ok, lá fomos nós entregar o papelinho da ecografia quando ouvimos da auxiliar esta magnífica frase:"agora tem de ir para ali esperar que a doutora venha.". Eu, na inocência dos meus 38 anos, pergunto-lhe, "a doutora está onde", pensando que ela me ia dizer que tinha ido almoçar ou que estava noutra urgência. Mas não, enganem-se. A resposta foi "a doutora está em casa". Oi? Em casa, como assim. Isto é uma urgência hospitalar...
Já chegámos a isto, no nosso país... Agora imaginem que era uma apendicite, ou algo assim grave...Espero que a doutora não more em Sesimbra.

sexta-feira, março 21, 2014

Ominpresença

E o que eu gostava de ser omnipresente, de não faltar a ninguém? Não vos acontece estarem num local onde sabem que devem estar mas depois sentirem que estão a falhar? Que não chegam a todo o lado?
Ontem passei parte da tarde e do início da noite no hospital à espera que a operação da minha amiga S terminasse. E não consegui sair de lá sem a ver, sem olhar para a cara dela, sem lhe dar um beijo. O que consegui fazer, e  me deixou muito feliz.
Mas depois cheguei a casa e a Alice já dormia (nem um beijinho) e o Henrique estava quase a ir pelo mesmo caminho. E percebi que lhes tinha faltado. Bem sei que estou com eles todos os dias, que ela é pequenina e nem percebeu... mas passamos a nossa vida nisto: a faltar e a compensar. E às vezes cansa. E dói.

quinta-feira, março 20, 2014

Ufa

11 horas de cirurgia... 11 horas intermináveis. Mas correu tudo bem. Amanhã é um novo dia.

Espera

Custa tanto... Parece que tenho o estômago embrulhado... Logo eu

O equilíbrio das coisas

Gosto de pensar que há um certo equilibrio nas nossas vidas; não digo no universo, mas nas nossas vidas. Não pode ser sempre tudo mau, nem sempre tudo bom. é assim com os filhos, com o casamento, com a nossa relação com os nossos amigos...
Mesmo quando estamos tristes e preocupados com os que nos são queridos. Na semana passada recebi uma notícia horrível, a da doença da minha amiga S. Tenho andado triste e cabisbaixa, irritada...
Mas ontem, dando razão a esta minha teoria do equilíbrio, recebi uma notícia maravilhosa: daquelas que nos deixam borboletas na barriga e nos fazem acreditar na felicade, nas histórias de amor, na vida.
E em dias assim acredito mesmo que a vida deve ser vivida com amor e intensidade.

coisas que me lixam...

1- Pessoas que acham que eu sou bruxa e sei tudo.
2 - Pessoas que se acham moralmente acima das outras quando, na verdade, bem... é melhor nem dizer mais nada.
3 - Pessoas que acumulam o ponto 1 e 2

quarta-feira, março 19, 2014

Feliz dia, pai

Escolho esta por ser a fotografia do teu casamento. Estás com um ar jovial, com um meio sorriso que encerra toda a incerteza do que o futuro te reservava. 
Gosto de te olhar aqui com este meio sorriso que era a tua imagem de marca.
Não vou aqui dizer que tenho saudades, porque as tenho todos os dias, não apenas a 19 de Março. 
Mas hoje, enquanto o Filipe desembrulhava a prenda do Henrique tive vontade de voltar a ser a menina que faz a prenda para o seu pai.
Onde quer que estejas, feliz dia, pai.



Regresso ao passado

No domingo fui jantar com a S. A S é a minha amiga mais antiga. Estamos juntas desde o sétimo ano, o que equivale dizer que estamos juntas desde os nossos 12 anos. Durante mais de 10 anos ela foi um prolongamento da minha pessoa, as horas que passámos juntas... Meu Deus, que loucura. Fisicamente muito diferentes mas tão próximas de feitio. Aos poucos, a minha família passou a ser a dela e a dela a minha. Ainda me lembro de me dizer que o pai dela não era nem de grandes conversas nem de grandes risos, e pouco tempo depois de o conhecer arranquei-lhe um sorriso rasgado... O que nos rimos desse momento, parecíamos duas maluquinhas.
Há momentos da minha vida, do meu crescimento, que não fazem sentido sem ela. As Wilson Philips, os A-Ha, o George Michael, o Dirty Dancing... As revistas, os livros... As tardes passadas em cima da cama dela a ouvir música, a mãe a chamar-nos para comer, os jogos do Benfica...os namorados, os bailes da escola, os corações partidos, o choro, a tristeza.... A entrada na faculdade. Quando penso nisso, foram tantos os momentos que partilhámos... E depois a vida foi-nos afastando. Não ao nosso bem querer mútuo, isso é inabalável. Mas a rotina da vida foi-nos levando para sítios diferentes.
Depois eu fiquei doente. E ela não estava lá quando eu acordei. Nem no hospital, nem na minha casa... Lembro-me de quando me foi ver. Fez-me farófias. Não sei precisar se foi muito ou pouco tempo depois de ter estado nas profundezas do meu calvário. Mas lembro-me que me fez falta. E lembro-me de ter ficado magoada.
E depois a vida voltou a mostrar-me que o nosso bem querer não vai desaparecer quando o pai da S. Ficou doente. Assim, no espaço de pouco mais de uma semana foi-lhe diagnosticado um tumor inoperável na cabeça e ele morreu no decorrer da biópsia. E pouco tempo depois foi a vez do meu pai ficar doente e de morrer. E ela lá estava, daquela vez não me falhou. Acompanhou-me na pior das minhas dores. E sabemos que ficámos órfãs de pai duas vezes porque o nosso bem querer é assim.
Na semana passada a S. ligou-me a dizer que está doente. E eu queria que se abrisse um buraco no chão paras me engolir. Estes últimos dias têm sido muito difíceis. Tenho tentado resolver uma série de sentimentos, e talvez de ressentimentos que achava resolvidos. Mas tenho, sobretudo, pensado que não lhe posso faltar. Tenho de estar lá, de lhe passar a mão na cabeça, de lhe dar um beijo, de lhe dizer que a adoro e que o meu bem querer por ela nunca vai ter fim.
E, embora não lhe possa dizer, vou abraçá-la pensando que ela não me pode morrer. Ainda há tanta coisa para fazermos juntas, tantas revistas para ler, tantas músicas para partilhar. Ainda tenho de voltar à sua casa e buzinar à porta (como fazia no inicio da nossa idade adulta, como fiz no passado domingo quando fomos jantar) para ela sair; ainda nos falta tanta parvoíce juntas.... As namoradas do Henrique (a quem me vou queixar delas?), os namorados da Alice, as primeiras bebedeiras, a faculdade...
Quinta-feira vai ser o primeiro dia de uma nova fase. Mas não pode e não vai ser o início de um final. Vai ser apenas um recomeço que espero que sirva para nos juntar ao essencial, ao nosso bem querer.

terça-feira, março 18, 2014

Revolta?

Hoje almocei com uma amiga de faculdade com quem já não estava há alguns anos. Vamos falando (o facebook tem esta coisa maravilhosa de nos permitir saber de algumas pessoas, embora tenha em relação a isso sentimentos contraditórios), vamos trocando umas mensagens, vou segundo o blogue dela, mas já não estava com ela, no sentido físico do termo, há alguns anos. A M é uma força da natureza, sempre o achei. E assi continua. Apesar de toda a merda por que já passou na vida, apesar de todos os problemas que ultrapassou, apesar de, no seu dia-a-dia, ter de fazer certas rotinas que deixariam muitos sem vontade de sair de casa, ela não baixa os braços, segue em frente, com a sua inacreditável força de viver.
Foi um almoço memso muito fixe. Tão fixe que demorou duas horas e meia. Falámos de tudo e de nada, parecia que não tinham passado tantos anos, parecia que tinha sido ontem, há uma semana, a últim a vez que nos encontrámos.
A M. tem a particularidade de ser parapplégica há 23 anos. E, quando falávamos sobre isso, disse-me que nunca tinha tido um momento de revolta ou de profunda tristeza, de chorar dias seguidos. Não tinha, ponto final. Assim, de repente, aquilo pareceu-me estranho. Mas como é que é possível que fiques numa cadeira de rodas aos 15 anos e não tenhas tido vontade de partir o mundo ao pontapé.
E ela lá me foi explicando os seus motivos e eu percebi, juro que percebi. E foi interessante porque dei comigo a pensar em mim, no meu caso, na minha doença e na forma como também não me lembro de me fechar a chorar ou de pensar que me ia entregar à doença ou à morte.
Como diz a M, é claro que preferia andar (assim como eu preferia ter estômago), mas em relação a isso não se pode fazer nada. Quando temos um problema grave, temos de o resolver, de seguir em frente, ir ao essencial e deixar o acessório.
É evidente que há dias de merda, dias maus, tristes. Mas haveria sempre. No meu caso com ou sem estômago, com ou sem quimio; no caso dela, com ou sem cadeira de rodas.
A M. pôs-me a pensar na vida, o que é sempre bom. Pôs.me a pensar que a adversidade pode simplesmente fazer de ti uma pessoa melhor, mais resiliente, mais combativa. E não é preciso andar a lutar por causas, a gritar na praça pública. Basta que sejamos verdadeiras no que fazemos.
E acho, que no nosso caso, há um factor comum que faz toda a diferença: o amor que temos à vida. Viver é tão bom que vamos vender cara a nossa morte.
Obrigada M, adorei.

Susto

Não passou de um susto. A Alice "gemeu" toda a noite mas acordou muito bem disposta e não teve qualquer sintoma de alarme. E digo "gemeu" porque fez uns barulhinhos toda a noite, mas que não consigo saber se foi só ontem ou se é mesmo assim e "fala" durante o sono.
 É inacreditável como nós, perante a ameaça de que um filho não esteja bem, esquecemos todo o resto, o mundo, os problemas.... Tudo.
Ontem a Alice caiu no chão e bateu com a cabeça. Eu não estava em casa, o pai não viu e o irmão estava demasiado assustado para dizer coisa com coisa.
Hoje já temos um parque cá em casa. A partir de agora, e até andar como gente crescida, não sai dali.
Agora que penso nisso pode ficar lá até aos 18 anos...

domingo, março 16, 2014

Mas que dia...

Hoje desejei muitas vezes que fosse segunda, para estar a trabalhar e não ter de me irritar com coisas domésticas. Saí de casa para jantar com a minha amiga S a espumar de chateada. Um daqueles dias. E depois, no meio do nosso jantar, em que falámos de tudo e de nada, em que a nossa vida andou 20 anos para trás, recebo um telefonema: a Alice caiu... E , num instante, o mundo pára, a boca seca, o coração deixa de bater, e a chatice da tarde parece insignificante. E cá estou, a dormir no quarto dela para ver se vomita ou chora... Isto hoje promete, mas não há-de ser nada grave

sábado, março 15, 2014

Vergonha

Que dia triste, o de ontem. 
Que vergonha; do país, dos nossos governantes, de nós, de mim. Porque, no fundo, os políticos que temos representam o país que somos.
Olhamos sempre por cima do ombro, para ver se foi com o outro e não connosco. Se aconteceu com ele não preciso de me preocupar. É só fechar os olhos ou virar a cara e parece que nada aconteceu. 
Vivemos com os valores trocados: julgamos o que não nos compete e o que deviamos fazer achamos que é responsabilidade dos outros. É assim no trabalho, na escola dos nossos filhos, nos transportes públicos, no supermercado...
Este país, que é o meu e que amo, envergonha-me. Em momentos como este, em que se tentava regulamentar uma situação existente, em que se tentava proteger os mais frágeis (as crianças), este país anda para trás. E com ele nós.
É fácil culpar os outros, eu própria passei o dia de ontem a fazê-lo, a culpar deputados que colocaram os seus interesses partidários à frente da sua consciência, a culpar os fundamentalistas que não conseguem ver as crianças no meio disto tudo... Mas depois pensei mais, e mais.. E cheguei à triste conclusão que a culpa é nossa, sociedade, que educámos esta gente de merda, que lhes fomos passando a mão pelas costas quando nos roubavam nas autarquias, que fomos fechando os olhos aos muitos sinais de incompetência... Um país que vai para a porta da prisão festejar uma vitória eleitoral, um pais que se contenta com o menor de dois males, um país que não é exigente... Acaba por ter isto, esta vergonha. 
Hoje olho para os meus filhos e penso que quero fazer deles seres humanos bons, justos, que se comportem de acordo com uma série de valores, que não se deixem levar. 
Hoje penso em todos os meus amigos com filhos e peço que façam o mesmo, que tentem criar os seus filhos para que no futuro não sintamos está tristeza e esta vergonha.

quinta-feira, março 13, 2014

Hoje

Joga o meu Benfica. Carrega!!!!!!

terça-feira, março 11, 2014

Bolas!

E quando o dia até está calmo e as coisas parecem encarreiradas, um telefonem é o que basta para nos tirar o tapete. Mas que merda, pá! Dá para que os que me rodeiam tenhas um pouco de paz?
Já quando o meu pai ficou doente eu fiquei muito abananada. Quando foi comigo reagi, fui em frente, batalhei. Mas os que amamos... É mais difícil. É inevitável pensarmos como seria a nossa vida sem eles... Hoje senti-me ir abaixo. Mas não me vou permitir. Não por mim, principalmente pela minha amiga. Vou estar ao seu lado para o que for preciso e sempre, sempre com muita força!

segunda-feira, março 10, 2014

Domingo fomos à bola

Depois da Lourinhã e de um almoço em Torres Vedras nada melhor do que terminar o nosso domingo na Luz. Os três, que a mais pequenita ainda não tem idade para entrar na catedral.
à chegada ao estádio comecei a sentir-me mal. Esta coisa de não ter estômago faz com que, por vezes, tenha sintomas parecidos com uma quebra de tensão. Começo a tremer, a ficar sem força, muito calor, a boca seca, vista turva... foi por sorte que consegui chegar ao estádio (terceiro piso) sem cair. Mas fiz-me de forte e cheguei. A solução nestes casos é sempre atacar gelados. E foi o que fiz. Depois fiquei os primeiros 45 minutos do jogo em silêncio, a tentar recompor-me, com uma grande sonolência...
Passado o achaque ainda tive tempo de me divertir e de ver o meu Benfica ganhar. Daqui a 15 dias lá estaremos de novo, os três!

Domingo em cheio

Hoje o dia começou cedo, a caminho da Lourinhã, para uma visita ao museu daquela vila. Depois das notícias da semana passada dando conta da "descoberta" de uma nova espécie de dinossauro naquela zona decidi arregaçar as mangas, procurar informação e juntar uma grupeta rumo ao museu.
As dificuldades não se fizeram esperar: a página do museu é um pavor, nem sequer consegui encontrar a barra de navegação do site, mas não me dei por vencida e lá consegui saber que o dito museu estaria aberto no domingo, que ficava no centro da vila e que, infelizmente, não havia qualquer tipo de caminhada organizada pelos locais onde foram descobertos os muitos fósseis que estão neste museu.
E foi assim que, pelas nove e meia nos metemos ao caminho: nós quatro mais quarto amigos do coração.
A viagem é curta ( cerca de 45 minutos que a malta não gosta de ir a abrir) e, chegados à porta do museu, tememos o pior: o ar era de um museu muito amador. Achei que ficaríamos ali meio perdidos e sem muito para ver. Mas desenganem-se. Vale mesmo a pena ir e fazer a visita guiada. Mais do que dinossauros aquele é também um museu etnográfico da zona oeste. Pequeno mas muito engraçado. Os miúdos adoraram. E quando chegou à parte dos dinossauros não sei dizer se os mais entusiasmados eram eles ou nós, os adultos. Não estejam à espera de ver bonecos mecanizados a rugir, a abrir a boca ou a abanar a cauda. Ali não há nada disso, que o dinheiro é pouco. Mas há fósseis absolutamente espectaculares e há a paixão na voz e na cara de quem nos explica tudo o que tem sido feito e descoberto naquele espaço.
A equipa residente do museu é muito pequena mas, a julgar pela amostra, é do melhor que se pode encontrar. Calhou-nos um antropólogo francês (não fixei o nome) que nos falou com tanta paixão e entusiasmo de tudo, que fiquei rendida.
E o que aprendi? Só em relação à suposta descoberta da semana passada posso adiantar que os fósseis daquele dinossauro já forma descobertos há mais de 10 anos, mas julgava-se que era uma espécie que também existe na América, o trovosaurus tanneri. A grande descoberta foi, depois de muita investigação e comparação dos fósseis deste com os que tinham sido encontrados na América, a de que, na verdade, os fósseis encontrados na Lourinhã são de uma outra sub espécie a que deram o nome de trovosaurus gurneyi. Este é, até à data, o maior carnívoro encontrado no continente europeu (uma vez que o famoso t-rex não só é de um período posterior, como viveu apenas no continente americano).
Outra coisa interessante que aprendemos foi que naquele museu há 6 espécies únicas de dinossauros encontrados na zona da Lourinhã.
Espero que já estejam convencidos a ir visitar este museu. Eu cá diverti-me muito e aprendi coisas que nunca tinha aprendido em nenhuma das exposições xpto a que já fui.
No fim os rapazes ainda tiveram direito a visitar o laboratório onde os especialistas tratam os vários fósseis que trazem do terreno. Foi uma excitação!

domingo, março 09, 2014

8 de Março

Já aqui expliquei porque é que este dia é tão importante para mim. Na verdade acho que deveria passar a comemorar o meu aniversário neste dia, já que sem a operação à qual fui sujeita há nove anos, não estaria cá hoje.
Esta manhã, enquanto brincava com a Alice na nossa cama, não consegui deixar de me emocionar ao pensar que, mais do que sobrevida, o dia 8 de Março proporcionou-me uma nova vida, a da Alice.
Estar e viver a 4 é algo que há uma mão cheia de anos não passava de uma miragem.
O dia 8 de Março é o dia mais importante da minha vida e é impossível não fechar os olhos e pensar em todos os que me ajudaram e acompanharam, principalmente os que já cá não estão: o meu pai e o meu médico, o extraordinário Dr. António Pina. Foram duas das pessoas mais importantes na minha recuperação. Obrigada.

sexta-feira, março 07, 2014

E depois há dias assim

Em que o meu filho me liga mal sai da escola para me dizer, de voz embargada, que teve a segunda melhor nota da turma a Matemática. "Mãe, obrigad por acreditares em mim. Valeu a pena estudar."
E eu fico de lágrimas nos olhos e com uma alegria no peito que parece que vou crescer. Foi só um teste de matemática, mas soube-me pela vida.

quinta-feira, março 06, 2014

Ainda os carrinhos de bebé

Depois do que muito investiguei para comprar o carrinho de passeio da Alice sinto-me uma verdadeira pro dos carrinhos de bebé. Basicamente, no caso do Henrique não houve o que pensar, herdámos o carrinho do primo Diogo que ficava sempre guardado na mala do carro para não termos de alombar com ele três andares.
No caso da Alice pensámos que aconteceria mais ou menos o mesmo: tínhamos um carro lindo e maravilhoso da amiga L., um verdadeiro Ferrari. Mas havia umsenão: o carro não entrava no nosso elevador. E assim, passados os primeiro meses decidimos comprar um segundo carrinho, de passeio, mas que fosse confortável para uma bebé pequena. e havendo muito dinheiro a escolha é mais do que muita e variada. Mas quando o dinheiro não abunda e, sobretudo, quando não se vai ter mais filhos, um investimento de 300 ou 400 euros (no mínimo) parece-me um exagero.
e foi assim que parti à descoberta. O carrinho que comprei satisfaz-nos plenamente. Não é um Ferrari, mas é muito bom e, mais importante, mede 55cm, o que faz com que entre direitinho em qualquer elevador.
No outro dia recebi no mail uma imagem do novo carrinho da Chicco. é lindo de morrer, com um design xpto, a atirar para o moderno (que é coisa que faltava aos carrinhos da Chicco). Mas depois veio a má notíca... mede 63 cm. Por isso já sabem, se vivem num prédio com elevadores esquinados ou portas de fole, nada de carrinhos com mais de 55 cm de largura. Caso contrário, levem este que é bem giro!

Os pais

Os acontecimentos dos últimos dias têm-me feito pensar muito nos meus pais, em tudo o que fizeram pela educação dos seus filhos, em muitas das decisões que tomaram enquanto educadores e que eu, na altura, contestei com todas as forças do meu ser.
Cresci num meio bastante humilde. Em minha casa nunca se passou fome nem nada parecido, mas o fiambre era um luxo e o queijo não se desperdiçava (era o que a minha mãe considerava enrolar uma fatia de queijo e metê-la à boca. O queijo era para comer com pão).
Os meus pais, em especial o meu pai, foram muito duros na nossa educação (minha e do meu irmão). Muitos castigos, muita proibição, muita autoridade ou, pior, muito autoritarismo. Lá em casa ouviam-se amiúde frases como "a porta da rua é a serventia da casa", "filho meu só me levanta a mão uma vez porque a seguir parto-lha", "quem está mal que se mude" ou "é assim porque na minha casa são as minhas regras".
Se o meu irmão dava dores de cabeça aos meus pais em questões de comportamento e aproveitamento escolar, eu era o oposto. Melhor aluna da turma, bem comportada. A única queixa era residia (já na altura) no facto de não conseguir estar calada. Mas isto para explicar que lá em casa não havia facilidades. Os meus pais matavam-se a trabalhar para que nada nos faltasse (inglês, karaté, explicações..) mas em troca exigiam disciplina, não nos queriam na rua a vadiar, sendo que o conceito do meu pai de vadia incluía coisas como ir a casa de uma amiga fazer um trabalho de grupo. De cada vez que eu queria sair a luta era tão grande que, muitas das vezes, preferia ficar em casa, tal era o desgaste.
Passei por fases muito difíceis no meu relacionamento com os meus pais, em especial com o meu pai. Muita coisa ficou resolvida com terapia; mas outra parte só se resolveu quando saí de casa. Aí sim, comecei a aproximar-me do meu pai, a ter longas conversas com ele, a perceber, de alguma forma, algumas das suas acções enquanto pai.
Depois do Henrique nascer ficámos ainda mais próximos e foi muito curioso perceber como o meu pai, que fora tão duro e autoritário com os seus filhos, estava a ficar uma manteiga derretida, um avô mimoso, carinhoso, paciente... muitas das qualidades que lhe faltaram enquanto pai. Não me lembro do meu pai me mimar ou abraçar em criança. Talvez esteja a ser injusta, mas não me recordo mesmo.
Ser mãe ajudou-me a perceber muitas das acções do meu pai. Não significa que concorde com elas, mas percebo-as à luz da época, do meio onde vivíamos, dos perigos, dos medos dele, da sua insegurança enquanto pai...
Muitas das pessoas que cresceram comigo têm uma vida complicada, seguiram caminhos estranhos, perigosos...
Não renego o local onde nasci e cresci e muito menos as pessoas que me ajudaram a crescer, mas a verdade é que hoje percebo que aquele meio não prestava para nada e era uma verdadeira incubadora de marginais. Nos últimos dias aconteceu algo de grave com uma das pessoas que brincou comigo enquanto criança. Mesmo para ele, que levava uma vida perto da fronteira, o que aconteceu não deixa de me surpreender. Algo de horrível e, sobretudo, um duro golpe para os pais dele.
Depois de saber o que se tinha passado não conseguia deixar de pensar no meu pai e nas saudades que tenho dele. Naquele momento apetecia-me tanto dizer-lhe que o percebia, que sabia exactamente o que ele queria evitar mantendo-nos longe da rua...
Obrigada, pai.

quarta-feira, março 05, 2014

Da ignorância

Eu tenho noção das minhas limitações e por isso não me inscrevo em programas de cultura geral por mais falta que o dinheiro dos prémios me faça. Mas ver uma senhora na televisão indecisa sobre se foi o Paul Auster ou o Vargas Llosa que não recebeu o Nobel da Literatura.... A sério amiga?

terça-feira, março 04, 2014

Melhor amigo

O meu filho tem um boneco que é o seu companheiro, uma espécie de melhor amigo silencioso que o acompanha desde os seus dois anos. Durante breves meses chegou a chamar-se Figo, mas rapidamente o amor benfiquista falou mais alto e o Figo passou a Rui Costa. O Rui é uma espécie de companheiro de aventuras. Já foi a Londres (tinha o Henrique três anos), já viajou por toda a Áustria ( e bem que sofremos quando, no aeroporto descobrimos que nós tínhamos esquecido dele no hotel... Foi um drama. Felizmente o pessoal do hotel foi amoroso e mandou-o por correio de volta à nossa casa), já passou férias em Marco de Canaveses, Tavira, Madeira...
Nos momentos mais decisivos da vida do Henrique o Rui marca sempre presença.
Nestes últimos dias o Henrique quis emprestar o Rui à Alice. Tentei demove-lo da ideia, porque ela é muito pequena para tamanha relíquia. Mas não o consegui demover.
Hoje o Henrique chegou ao pé de mim lavado em lágrimas com o Rui nas mãos. Tinha uma perna esfacelada... a Alice tinha-o puxado. 
Na sua tristeza não culpava a irmã que é bebé, mas a sua angústia era enorme.
Expliquei-lhe que estava apenas descosido e que o poderia arranjar, mas fui adiantando que o melhor era mantê-lo longe da Alice.
O Henrique está a crescer. Muitas vezes tenho dificuldade em reconhecer nele o menino doce que foi. Vejo um menino/rapaz malcriado, arrogante, irónico capaz de dizer coisas que me deixam fora de mim.
Mas hoje de manhã quando se chegou a mim a chorar vi o meu menino, pequenino e indefeso, triste e desamparado. E, apesar da sua tristeza, senti-me feliz.

Dores de mãe

Nestes dias ando tão triste com o meu filho que até dói. Tenho um aperto no peito...há dias assim, em que ser mãe é uma merda.